Como funciona o golpe do WhatsApp clonado?
Os criminosos não precisam de muitas informações para começar a agir: basta o número do celular para dar início à fraude. É preciso cuidado na hora de divulgar seu número em sites e aplicativos, sobretudo os de compra e venda.
Atente-se às medidas de segurança recomendadas pelos sites, desconfiando de ligações em que se solicitam senhas ou outros, pois nenhuma empresa solicita sua senha ou códigos pelo telefone.
A clonagem também pode ocorrer por meio do chip. O criminoso consegue o chip da vítima pela operadora, por exemplo, que não verifica devidamente dados cadastrais e então ele restaura o WhatsApp em seu próprio celular possibilitando o envio de mensagens aos contatos da pessoa clonada.
A maioria das pessoas só reparam que são vítimas de clonagem de WhatsApp, no entanto, quando seus conhecidos recebem mensagens estranhas em que se solicita depósitos em dinheiro, com urgência. Essa é talvez a prática mais comum nesse tipo de crime.
Importante! A Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) lista alguns indícios que podem levantar a suspeita de clonagem de chip de celular:
- dificuldades para completar chamadas originadas;
- quedas frequentes de ligação;
- dificuldades para acessar a sua caixa de mensagem;
- chamadas recebidas de números desconhecidos, nacional e internacional;
- débitos de prestação de serviços muito acima da média.
Como os criminosos conseguem clonar o WhatsApp?
O golpe se inicia com o estelionatário tendo acesso ao chip do celular que será clonado.
Os aplicativos de clonagem WhatsApp realizam o reconhecimento do QR Code oriundo do aparelho original, pois este é o meio pelo qual se consegue o acesso ao WhatsApp Web.
O que facilita o golpe é o fato de a vítima não receber nenhuma notificação alertando sobre o clone. Assim, ela continua enviando suas mensagens pelo aplicativo, mas sem ter ciência de que estão com acesso a todas as suas mensagens.
Há ainda outros meios de se clonar o WhatsApp, como por exemplo através do acesso pelo golpista ao código de verificação extraído do aplicativo de origem. Os golpistas contatam as pessoas, pois conseguem o acesso ao telefone de contato em diversos sites de vendas como Mercado Livre, OLX e outros.
Ao contatar a vítima, induzem ela a confirmar a própria identidade para continuar anunciando nesses sites, pedindo um código recebido por SMS para validação. O que os vitimados não sabem é que este código SMS é justamente aquele enviado pelo aplicativo WhatsApp, fazendo com que os estelionatários consigam acessar o WhatsApp e controlar a conta e mensagens da vítima.
Deve-se diferenciar, entretanto, do ponto de vista legal, quando a clonagem do Whatsapp se dá por descuido da vítima, que fornece sua senha ou QR code ou outro ao falsário, do golpe feito com a clonagem do chip, este muito mais grave pois o descuido não foi da vítima, mas sim da operadora de telefonia.
Os Tribunais têm entendido que quando há o descuido da vítima, esta acaba assumindo os riscos do prejuízo suportado, sem poder imputar a responsabilidade de indenização ao próprio Whatsapp ou à operadora de telefonia.
Já nos casos em que há clonagem do chip, a operadora de telefonia e o próprio Facebook, dono do Whatsapp, assumem o dever de indenizar, inclusive pelos danos morais causados ao proprietário da linha e conta de telefone e WhatsApp.
Meu WhatsApp foi clonado. O que fazer?
Clonagem do WhatsApp com o chip é considerado crime de estelionato. A Polícia Civil faz as seguintes recomendações às vítimas dessa fraude feita por meio do WhatsApp:
- registrar um boletim de ocorrência.
- comunicar sobre a clonagem aos contatos, sobretudo familiares e amigos;
- caso tenha sido feita alguma transferência, comunicar a instituição financeira;
- enviar um e-mail ao support@WhatsApp.com e solicitar a desativação da conta;
- entrar em contato com a operadora de telefonia para bloquear a linha e pedir um novo chip;
- reinstalar o WhatsApp;
- realizar a verificação em duas etapas do aplicativo.